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O conceito de demanda maior que oferta resulta em aumento de preços e consequente inflação
Seguidamente, ouvimos e lemos análises sobre o crônico problema do crescimento do consumo no Brasil, principalmente pela oferta de crédito e recursos em grandes quantidades colocados no mercado de baixa renda, fazendo com que o resultado seja um crescimento acima de 2% do PIB brasileiro.
Como principais medidas, cortes de gastos são sempre sugeridos e certamente necessários para reequilibrar as contas públicas, controlar a inflação e a consequente queda dos juros, que se encontram em patamares estratosféricos para uma economia estagnada por décadas e sentenciada a ser eternamente medíocre, jamais superando 2% de crescimento.
Cortar aumento real dos salários, para de certa forma reduzir a demanda e também contribuir para a queda da inflação, faz parte das sugestões para estabilização econômica.
O conceito de demanda maior que oferta resulta em aumento de preços e consequente inflação, e, se oferta maior que demanda, queda de preços e redução da inflação, tem sido o norte para todas essas análises. Como soluções temporárias, as taxas de juros exercem seu papel regulador. Os mesmos remédios para as mesmas doenças — e assim limita-se e controla-se o crescimento econômico brasileiro.
Como há décadas, não há uma política industrial. A cada dose dos remédios, a indústria tenta se ajustar também a esses momentos, sejam eles bons ou ruins, em um movimento cíclico de demissões e admissões de mão de obra, gerando uma constante insegurança na classe trabalhadora.
Política industrial deve vir de governo, independentemente de quem esteja no poder, e precisa ser amparada por confiança e credibilidade para que a indústria possa fazer os investimentos necessários e romper o déficit de oferta, com crescimento de renda per capita e aumento de demanda. Sem indústria, estaríamos na Idade da Pedra até os dias de hoje. Podemos afirmar que, antes da indústria, era o nada.
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Para romper esse déficit de oferta, além de investimentos em equipamentos e tecnologia para aumentar a produtividade e competitividade da indústria, há necessidade de capacitação da mão de obra do trabalhador, cuja produtividade permanece nos mesmos níveis da década de 1990.
A capacitação do trabalhador, principalmente na indústria, enfrenta hoje um grande desafio, apontado por várias pesquisas atuais, em que o desejo de ser empreendedor ou trabalhar por conta própria é muito superior ao de ser um empregado celetista. Nesse contexto, a indústria é a mais penalizada com a escassez de mão de obra capacitada e se mostra impotente para reverter a queda superior a 50% de participação no PIB brasileiro no período de 1985 a 2024.
O enfrentamento de todos esses problemas, além dos oriundos da ganância arrecadatória emanada de Brasília, é um desafio impossível de ser superado somente pelo desejo da indústria brasileira, sem que venha do governo uma política de crescimento sustentável, em substituição aos variados programas de “doação” de recursos, ditos como sendo somente para a população mais vulnerável, sem nenhuma contrapartida ou exigências específicas para que essa população tenha condições de superar essa situação de vulnerabilidade.
A indústria, seja de qual atividade setorial for, é o único caminho possível para tirar o Brasil desse atraso de competitividade, tecnologia e mediocridade de renda per capita de sua população, e permitir um crescimento robusto e sustentável do PIB. Manter a população pobre, sempre pobre, mas com esperanças, não deve mais ser a principal estratégia de sustentabilidade de poder.
*Imagem de capa: Depositphotos.com
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Carlos Eduardo de Sá Baptista
Presidente do CEM Rio
Indústria Metalmecânica - Rio de Janeiro
CEM RIO – CENTRO EMPRESARIAL DAS INDÚSTRIAS METALÚRGICAS DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO
O SINMETAL – Sindicato das Indústrias Metalúrgicas no Município do Rio de Janeiro foi fundado em 09 de setembro de 1937. Sua História é de glórias! Apesar das várias transformações vividas ao longo de sua existência, pode-se afirmar, pela leitura de seus arquivos, que é verdadeira fonte da História Industrial Brasileira e até hoje, mesmo diante dos momentos mais difíceis, das crises econômicas, políticas e sociais que o Brasil e o Rio de Janeiro sofreram, nestes 86 anos de sua existência, os princípios que nortearam a Entidade sempre foram os da transparência, da ética e de muita luta em busca de uma economia estável, da geração de renda e emprego, do crescimento industrial, do bem-estar social e do fortalecimento das empresas, independentemente do seu tamanho, faturamento ou condição econômica.
Em 2021 o SINMETAL criou o CEM RIO, um Comitê Empresarial referência para interação dos negócios no Rio de Janeiro, agindo como um fórum de discussões, sugestões e busca de soluções para o segmento.
Em 2022, o Comitê passou a ser considerado como um Centro Empresarial e o nome CEM RIO – CENTRO EMPRESARIAL DAS INDÚSTRIAS METALÚRGICAS DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO foi aprovado para constar do Estatuto da Entidade como seu nome de marca. Na prática, portanto, será conhecido como CEM RIO e dele poderão participar empresas metalúrgicas e outras que exerçam atividades afins ou com interesses similares, que desejarem participar do CEM RIO.
Assim todas as atividades sociais serão conduzidas pelo CEM RIO, um nome que nasceu forte, um Centro que reúne empresários com o objetivo principal de fortalecer as micros, pequenas, médias e grandes empresas.
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